domingo, 9 de dezembro de 2007

Oh! Marido Infiel - Sessão Conto


Lá estava ela, deitada na cama da irmã, chorosa e com ódio da vida. Chorava um triste acontecimento que seu filho lhe contava pelo telefone. O tal acontecimento era sobre seu marido, que aproveitando de uma separação breve e acometido por um ciúme infernal de outro homem, colocou uma sirigaita dentro de casa. O filho, sofrendo os males de ter uma madrasta, não se conformava com algo tão turbulento, e não acreditava que ele, sendo um príncipe quando ainda estava sob as asas da mamãe podia lavar a garagem e dormir no escritório com a presença dessa mulherzinha. Para piorar, a tal amante levara consigo dois filhos e eles estavam gozando de todos os direitos que ele tinha. Principalmente sobre os alimentos que continham na sempre cheia geladeira e dispensa.

- Mãe, essa mulher apareceu de onde? A senhora tem que voltar pra casa! Eu já não agüento mais essa vida de empregado. Se a senhora não voltar – berrava o filho em desespero, ao telefone - , vou enlouquecer!

Ele, o filho, sempre fora meio fresquinho. Criado entre duas irmãs mulheres, era homem-macho, mas tinha lá suas vontades por ser o caçula. De quando em quando, dava um chilique pra conseguir o que queria e agia habilmente com a dissimulação que adquiriu com os anos da infância. Mas agora, estava com toda a razão. Estava sendo humilhado na mão da tal bruxa-madrasta que o pai tinha colocado dentro de casa. Um absurdo!

A mãe e mulher, sofria bastante com a notícia. Mas se impunha como a vítima forte, daquelas que se voltam contra o malfeitor. As piores. Estava ela disposta a acabar com aquela palhaçada. Vivia resmungando pelos cantos o que faria se chegasse lá de supetão e encontrasse aquele cafajeste dando abrigo a outra mulher que não fosse ela. E ainda por cima sem o borogodó que ela tem. Uma branca! Vê se pode!

Saiu em disparada da casa da irmã e entrou num táxi.

- Moço, me leva para o aeroporto! – ia acabar com aquela “festinha” dentro de casa. – E anda que estou com pressa!

- Mas a senhora está sem bagagem! – perguntou o motorista interessado e fuxiqueiro.

- E daí?!

Ela ia descer o braço nos dois e ia armar a maior quizumba. Antes, ligou para o filho e avisou que estava indo embora e logo estaria em casa para tocar a estranha para a rua. Comprou uma passagem e embarcou duas horas depois. Somente com um livro que comprou no aeroporto. Desceu do táxi vindo do aeroporto de sua cidade, já na porta de casa com a cara amarrada. O carro que o filho tinha que lavar na sua ausência não estava mais... achou estranho e pediu a Deus que seus planos não fossem interrompidos. Entrou sorrateiramente na casa que ela arrumou e lavou tantas vezes. A casa que fora profanada por aquele imundo. O cachorro não estava no quintal, e portanto devia estar se acolhendo da chuva fraca que caía, na área. Ligou a luz da sala e foi direto ao quarto já com os ânimos exaltados, abriu a porta e nada. Com um pavor já lhe correndo nas espinhas, abriu o guarda-roupa para conferir se tudo ainda estava no seu devido lugar – Vai que esse louco me largou aqui, sem nada e sem ter como pagar as contas -, tudo estava como ela deixou antes. Então, se encaminhou para o escritório. Os dois deveriam estar se lambuzando naquele carpete escolhido com tanto carinho por ela, a raiva voltou a dar lugar ao desespero. Nada! “Meu Deus - pensou ela -, cadê os safados? Nem Astoufinho estou vendo.” Foi quando se encaminhou para a cozinha. Lá estavam os amigos e vizinhos de quem ela mais gostava. Todos eles. Até os amigos do boliche, lá se encontravam, as escuras para lhe desejar uma boa volta. O filho e o marido, riam em um canto no acender as luzes, gritando: "SURPRESAA!!!" Ela, comovida, nada disse e foi beijar os amores de sua vida.

Até hoje não se sabe se a tal amante existiu ou se era apenas uma armação para ela voltar ao lar. Se bem que para ela, não importava. As aparências iriam continuar, como sempre.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

De mim sobre elas


Estava eu hoje na condução voltando da faculdade, quando percebi que olhava atentamente para uma menina que estava no ônibus. O que me pareceu num primeiro momento um ato da mais profunda canalhice, já que tenho namorada. Aí me ocorreu uma lembrança da madrugada anterior, quando eu conversava com uma querida amiga e estava justamente lhe dizendo o que reparei nela físicamente. O que eu achava que me atrairia se não fossemos tão amigos. E uma frase de minha própria autoria, que disse quando percebi a expressão assustada dela : "sou um apaixonado pela beleza femina". Ora, somos em grande maioria, todos fãs da beleza femina. Mas naquele momento eu falava de uma beleza que mesmo externa me parecia interna. Uma espécie de social-democracia da beleza física. É o tal do charminho. Aquele que nós nos perdemos a maioria das vezes que nos entregamos a uma mulher que não tenha os atributos físicos, daqueles já descritos num dos posts anteriores, iguais aos que querem que nós gostamos como unanimidade. Eu não sei sempre o que se deve fazer para conquistar uma mulher ou trazê-la mais pra perto disso possível, mas eu sei algumas coisas que não são recomendadas fazer. Não é nenhuma receita de bolo não. É algo que os leitores podem encarar como pequenos toques de uma pessoa que não é especialista e que aprendeu esses míseros conselhos simplesmente vivendo. Ou seja, fazendo esse tipo de "besteira". Abaixo fiz uma pequena lista do que não precisamos fazer numa empreitada de conquista. Vejamos:

1. Nunca mandar pra pretendida uma canção tal qual Creep do Radiohead para ela. Além dessa canção não servir para isso, ela é devastadora.

2. Se você quiser que ela não veja seus interesses num primeiro momento, nunca pergunte sobre o namorado que você sabe que ela não tem. Isso a deixa em estado de alerta e se ela não quiser e vier com o famoso "nada a ver", vai ser quase impossível uma reversão nessa situação.

3. Não pense que ela está "te dando mole", pois não está.

4. Nunca mande rosas vermelhas de primeira. É pesado demais e faz parecer uma coisa séria. Mande umas amarelas.

5. Convide-a para ir em um lugar que é da convivência dela, não sua. Dê terreno pra ela se sentir mais a vontade.

6. Sempre que possível não fale através de ninguém. Somente seja você mesmo.

7. Papo cabeça nem sempre é a melhor solução. principalmente aqueles que te fazem um alto conhecedor e é simplismente ignorado por ela.

8. Se você não corresponde ao gosto dela e mesmo assim a quer, procure ser paciente. Não chato. Seja inclusive, divertido.

9. Não use essa lista para se dar bem. Sua situação pode ser diferente. Encare de uma maneira diferente da auto-ajuda.

10. Que ela não seja a mulher dos seus sonhos. Porque sonhos serão sempre sonhos.



Acredito que minha reflexão sobre o universo feminino não acaba dessa forma. Por isso procuro entender menos que posso as mulheres. Acho que seria mais fácil, com toda a certeza se elas continuassem só romantias e entendessem nossas maneiras simplórias de vê-las. Mas como diria meu amigo Capitão Nascimento, "quem disse que a vida e fácil?"

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Uhul Radiohead no Brasil!


Só pra constar, quase certo da vinda de uma das melhores bandas do mundo em terras brasucas!



Que venha o Radiohead. Eu irei se Deus permitir!



Dinheiro Grátis


Quanto vale um

Quanto vale um coração?

Quanto vale um vale?

Vale um ou dois milhão?


Quanto vale uma esquina?

Vale mais que uma mão!

Quanto vale um vale

Vale pra população?


Será que vale um dólar

o seio da menina?

Será que vale um euro

a fumaça da usina?

Será um mito sujo

ou Maria Gasolina?

Um dinheiro usado

ou o valor da medicina?


Quanto vale um ódio?

Quanto vale essa mesada?

Quanto vale a arte?

Quanto vale a empregada?


Vale um dólar mesmo

ou somente um trocado,

o salário humilde

do amigo deputado?

Vale mesmo tudo pra salvar

o mundo todo?

Ou será um baile,

um champangne ou terno novo?


Será que vale um dólar

o seio da menina?

Será que vale um euro

a fumaça da usina?

Será um mito sujo

ou Maria Gasolina?

Um dinheiro usado

ou o valor da medicina?
Letra:Guilherme Cabral






















































































Compre este espaço!











































































































































































































































































































segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Um século depois... várias coisas para se falar!


Olá! Depois de algum tempo sumido, gostaria de dizer que é muito legal voltar a escrever no meu bglog. Como poucos sabem, minha vida acadêmica está atrapalhando um pouco as minhas atividades extra-currículares. Portanto, eu não tenho tantos assuntos que não estão de alguma forma ligada com ela. Minha vida social está ligada a ela de uma forma que nem consigo mais controlar. Livros? Só os que a acadêmia escolhe pra eu ler, caso o contrário (Aquele livro do saramago que comprei... e etc.) nem devem ser levados em consideração. Apesar de todo o trabalho, estou cada vez mais feliz de fazer parte da minoria do país.

Mudando um pouco de assunto, mas sem desviar o foco da vida acadêmica, eu quero falar de algo que me leva e trás da faculdade todos os dias. O Riocard. Sinceramente, vocês gostam dele? É uma coisa moderna e tal... tem suas vantagens, sendo que uma delas estar no fator transporte do valetransporte. Mas e as coisas mais importantes de uma condução, como por exemplo a bala? Como fazemos para utilizar nossos vales transporte eletrônicos para comprar a tão querida e amada bananada? E a grandiosa paçoca? De fato, o Riocard está efetivado no nosso sistema de transportes. Ele já rege o maior tempo de nossas vidas. Sem ele, fica ruim sair de casa. Principalmente eu, que guardo eu suado dinheirinho para tomar umas com os amigos. O Riocard facilita em algumas coisas, e eu não sou nem um pouco saudosista, mas prefiro bastante o vale de papel.

Bem, pra um recomeço no Estorieta acho que é só. Prometo não mais abandoná-los.



Até breve...

sábado, 25 de agosto de 2007

Mulheres, baladas, colégios irreais e afins...


Tenho lido bastante sobre o perfil da mulher carioca da classe média ou alta. Justo, é o produto que vende no caderno "Ela". Realmente se você encontrasse por lá algo falando como é a vida da mulher pobre, a realidade seria muito diferente e não ia vender O Globo pra quase ninguém. Afinal, pobre gosta mesmo é de notícia que tenha violência explícita e futebol. Se tiver comportamento não vai vender, só se for mal comportamento. Temos pesquisas sérias sobre a mulher carioca bem sucedida, bonita, obviamente rica, solteira, frquentadora dos mais badalados restaurantes, bares e afins...É bastante instrutivo para a elite carioca. Mas para mim corresponde apenas a uma, no máximo interessante leitura de sábado a tarde. As mulheres são lindas, é verdade. E só a idéia que o jornal obriga um homem a ter que é possível conquistá-las frequentando um dos lugares citados é bastante tentadora. Mas é - desculpem o mau jeito das palavras - chato, ler sempre sobre o mesmo "aspecto" de mulher. Por que não ler sobre as mulheres que não são bem sucedidas? Por que não sobre mulheres mais meninas. Aquelas do telemarketing, por exemplo? Não sei. Mas o fato é que não temos matérias nem nos jornais, nem nas revistas sobre isso. É uma pena, porquê quem não é fã dessa mulher "pré-escolhida" acaba tendo um pensamento que está completamente errado quanto ao tipo de mulher que lhe é mais, digamos... "conveniente" (esclarecendo:não é machismo nenhum, só não encontrei a palavra certa!). É claro que esses comentários foram para não tornar visível a verdadeira face da crítica. A venda de um pensamento falso de bem estar social, e de uma "vivência" irreal àqueles que permanecem na classe média baixa e aos que decaem daí. Isso é visível não só nesse shopping jornalístico de meios de vida e consumo, mas também na vida ilusória exportada pelas novelas e noveletas da teledramaturgia nacional. Se duvidam, vide os alunos do colégio mais famoso da televisão. O Multipla Escolha. A noveleta "Malhação", dá ao telespectador uma imagem fictícia da realidade brasileira. Ricos e pobres no mesmo colégio, convivem em harmonia e mantém relação de puro afeto e respeito mutuo. Ora, tudo bem que a luta de classes idealizada por Marx já não assusta nem o meio acadêmico, mas dizer que ela simplesmente não existe é dar crédito total a essa idéia absolutamente tola que todos podem conviver socialmente em paz profunda. Uma prova dessa "luta de classes" eu obtive num show do Pearl Jam. Equanto o pessoal do camarote dançava(?) no término do maravilhoso espetáculo a galera do tumulto, onde eu estava presente, graças a Deus, jogavam garrafas d'água vazias, copos, dentre outras coisas embaladas por alguns palavrões e "elogios" destinados ao publico feminino. Vale lembrar que tudo isso unica e exclusivamente pela divisão entre uma madeira numa altura adequada para se ver em perfeitas condições, o show e lá embaixo a galera que talvez não tenha visto tão bem. Então, realmente temos mesmo que inconscientemente, se não uma luta de classes, uma divisor de águas que nos diz que essa venda de modos de vida e consumo existem, mesmo que pouco paupável, mas ainda sim ferindo a mente daqueles que não gostam de seguir os padrões que tentam nos empurrar através dos meios de comunicação.

sábado, 21 de julho de 2007

Um pouco de música


Falando um pouco de música, aliás pela primeira vez diretamente desde de que coloquei o blog no ar, estou horrorizado com o impacto que a tal crise da indústria fonográfica mundial está causando no povo. Ou uma pequena quantidade dele. Tudo bem que os ipods e companhia estão arrebentando com o mercado de CDs, e a pirataria também comanda isso, mas estão me assustando. Sempre leio algo que me força a ir comprar mais um disco. Eu sei que também sou fã de Cd com encarte, letras e tudo muito bonitinho. Sou a favor de arte na capa e desenhos ao invés de nome da banda. amo CD original. Mas não comprava um desde muito tempo. Baixava todos. Até que há uns seis meses, li uma dessas matérias de jornal sobre a bendita crise. Pronto! Láfui eu comprar uns CDs antigos nas Lojas Americanas. Agora, como um louco, uma vez por mês faço isso. Pelo menos um aquisição importante. Aquele CD que não posso deixar de ter original. Mas peço, não me desesperem. Pois o meu dinheiro é tão curto quanto o tempo de vida da indústria fonográfica. Amanhã, se tudo der certo, comprarei o Kid A.


Mudando de assunto, mas nem tanto, estou sentindo falta de Los Hermanos. Eu sei que os caras não precisam fazer música para agradar ninguém. Mas será que se eu disser, "estou tão triste com esse tempo que corre sério risco de eu gostar de Moptop!" vai adiantar? Tá! Eu adorei a Orquestra Imperial. Mesmo assim, quero o Amarante fazendo um monte de doideiras com o Camelo - sem a Sandy dessa vez -, Medina e Barba. É um pedido para a volta. Mais um. Mesmo que o grito se perca. Num modo geral, falando de música, quero dois CDs da Bjork que ainda não pude comprar, assistir as Chicas, a Mariana Aydar, a Marisa, a céu, a Roberta Sá, a Orquestra Imperial, e o Artic Monkeys. Quero ouvir o novo do Queens Of The Stone Age e o velho do Cartola. Quero sempre mais música e Los hermanos de volta. É claro!

domingo, 1 de julho de 2007

A primera semana!


Nessa primeira semana de blog no ar, eu redescobri o prazer de escrever com o intuito de me agradar e agradar aos leitores desse blog. Os amigos é claro são o publico alvo para isso. Mas é bom ressaltar que, no fundo escrevo para que os desconhecidos conheçam a já famosa papelada que engolfava o meu quarto. Hoje, escrevo ainda pra contar como foi essa primeira semana pessoalmente falando, deixando de lado esse lado profissional e se aprofundado ainda mais na prosa. A prosa de fundo de quintal, portão do vizinho, boteco e festa de família. Por onde começar...? Ah, claro! Quero agradecer o carinho dos amigos e dos conhecidos que leram o blog e gostaram. E os que não gostaram, paciência. Ninguém agrada a todos. Porém, para os que gostaram o carinho foi grandioso. Gente elogiando, gente feliz com essa nova empreitada, gente legal e gente. Principalmente gente. Fico realmente feliz com o rumo que as coisas tomaram e peço pra que continuem aqui, visitando ou simplesmente xeretando. Que eu possa cada vez mais, fazendo o que gosto, divertir vocês de algum modo. Continuando, quero agradecer ao meu amigo Helio, que publicou uma letra de canção minha no blog dele, onde qualquer amigo do cara pode contribuir com textos próprios. O cara fez uma pequena resenha muito legal sobre a minha letra e me obrigou a ficar orgulhoso de mim. Se alguém quiser conferir está aí o endereço -> (http://www.lacartaentrelinhas.blogspot.com/). E mais ainda. O blog fez um certo sucesso inesperado e um amigo chamado Jonathan Bassut contribuiu muito com meu ego, dizendo que a última coisa que leu melhor que os textos do Estorieta foi uma crônica do Veríssimo. Ah, meu Deus! É muito pra esse coração doentinho. Assim minha mãe não vai me aguentar, falando toda vez que eu preciso me empenhar mais com esse lance de escrever e ler. No geral, a semana foi muito proveitosa, mas também muito normal. Quase todos os planos feitos foram repensados para essa semana pois tudo ficou meio turvo quando descobri que o dinheiro era escasso nesse início de mês. Pelo menos por enquanto. Mas logo tudo vai se cumprir de uma forma mais sensata e de acordo com o planejamento. Conforme for, conto como tudo se deu. Ah! Tenho algo pra falar sobre diversão. Aliás é uma dica muitíssimo interessante. Se algum dia você ligar para os melhores bares do Rio e não conseguir absolutamente nada além de caixa postal e festas exclusivas, vá até o Norte Shopping ou ao Nova América Outlet Shopping e rume para as ruas dos bares. Elas ficam abertas até bem tarde e nos fazem beber bom chopp, comer bom petisco e rir a vontade. Aliás, uma boa opção de tema para prosas desse blog é a falta de respeito dos bares cariocas aos boêmios em busca de informação. Até logo.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Nossa Malandragem


Outro dia eu conversava com uma tia minha, tia Rosana, sobre o caos que se estabelece no Rio. Conversa vai e vem, ela faz comentário sobre os macetes de ladrões e assaltantes no centro da cidade. A maioria dos integrantes da minha família, fixa residência em Nova Iguaçu(inclusive eu!). Por sinal, nem bairro bem tranquilo. Principalmente depois que se estabeleceu uma "semi-milícia" protegendo o comércio(que são biroscas, o que tem em maior quantidade nesse lugarejo), o lugar a noite parece ser fantasma. Porém, a grande maioria dos que integram a minha estirpe, sempre trabalharam no centro da cidade do Rio de Janeiro- que o pessoal daqui chama de "centro do Rio. E nós, que somos de cariocas de nascimento e alma chamamos simplesmente de centro da cidade.

Rebobinando a fita do meu texto, minha tia me disse ter alguns macetes para andar no centro da cidade correndo o menor risco possível de ser assaltado, furtado ou roubado. Altamente observadora, tia Rosana tem na sua malícia uma companheira de longa data. Mesmo assim, duvidei de alguns desses macetes descritos pela minha tia, que sustentava um ar policial ao falar sobre o assunto. Duvidei inicialmente, mas depois, sem perceber, comecei a reparar tudo numa neorose absurda. Como um detector de bandidos, encarava as pessoas com uma estampa facial de quem sabe o que elas faziam ou planejavam fazer. Hora? Eu nunca tinha como informar. Completar passagem para moradores carentes e de bairros distantes? Nunca! Como posso tirar dinheiro no meio da rua? E se ele fosse um golpista? Não mesmo! O fato é que esse fato me chocou como ser humano. É terrível saber que tenho que usar dessas artimanhas para viver na minha cidade. "Não atender o celular na rua, não tirar dinheiro do bolso, carteira, bolsa etc., em lugares onde há probabilidade de te levarem tudo, na marra ou sem que você veja"... Uma séria de recomendações que violentam o conceito de liberdade.

Um dia, surtei! Sem me importar com mais nada, atendi o celular na rua, comprei chocolate no camelô, dei dinheiro ao gurizinho pobre, ouvi música numa loja, andei distraído... tirei fotos de prédios... ah, fui assaltado! No dia seguinte, entendi que essa nossa malandragem, apesar de ferir-nos mais e mais com essa prisão mental, esse terror psicológico, é muito necessário para nossa sobrevivência. Infelizmente, voltei a investigar no olhar os cidadãos cariocas.


sábado, 23 de junho de 2007

Estorieta


Saiu! Finalmente eu decidi o que fazer com esse amontoado de folhas de caderno que inundavam o pequeno espaço do meu quarto. Tudo papel velho, mas de grande valor, não só sentimental, mas também ideológico para mim, que os escrevi. Saíram! De mim, brotaram como flores. Estórias nem sempre vividas por mim, nem sempre vividas, mas observadas de uma maneira particular. O que não quer dizer que eu não possa ou não queira dividir com ninguém. Ao contrário, dividir estórias é uma das graças da vida. Contar e ouvir. Escrever e ler. Estórias são um dos motivos da sobrevivência da humanidade. E, se algum dia, as baratas tiverem que contar a nossa estória, ainda serão estórias (nesse caso algo de muito ruim aconteceu, e outro ser já subiu ao topo da cadei alimentar). Estórias boas ou ruins, são meros detalhes. O importante mesmo é a diversão que a estória nos proporciona seja no "muito boa essa" ou seja no hilariante "puta-que-pariu, essa foi terrível".
saírão! As estórias são um pedacinho de nós. Quando elas acontecem, lidas/escritas e/ou contadas /ouvidas, me torno um personagem. Um aquilo, um deles, uma delas... Pródigo das palavras saltitantes que saem de mim. Teclado, caneta, caderno, monitor, ouvido, leitor. eu e vós.
As estórias se têm vida própria. Flutuam entre conversas e se estabelecem facilmente em qualquer habitat. Seja ele somente áudio ou somente visual. As estórias se fazem e se desfazem como a vida. Há também estórias de mistério. E se a vida é um mistério, é uma estória. As estórias têm lá seus encantos. E têm vida.

Eu de mim...


Sempre morei na baixada. Mas meu sonho é morar na Zona Sul. Não pela riqueza material do lugar e sim natural e urbana. Faço Licenciatura em História na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mas posteriormente tenho vontade de fazer Comunicação Social. Gosto de fotografia também. Nunca trabalhei, mas estou à procura. Quero dar aulas para o ensino superior e cursinhos, além de ter uma banda e uma pequena revista. Los Hermanos (que não pode acabar!), Radiohead, Pearl Jam, Caetano. Adoro ler e escrever o que ninguém entende. Adoro entender do meu jeito. Simpsons, mas também As Meninas Superpoderosas, X-Men e A Liga da Justiça. O Homem-Aranha. Detesto carteira, levo o dinheiro no plástico da identidade e o celular no bolso. Gosto mesmo é de mochila. Jack Nicholson e Fernanda Torres. Queria um casal de filhos. Lembro de jogar bafo na almofada com meu avô, que tentava ver Bóris Casoy. Estou lendo "O Amor nos tempos de cólera" (acabei!) , de García Márquez. O Albergue Espanhol. Quero morar em Nova Iorque também. Não sei nem o porquê. Amo o Rio de Janeiro e quero vê-lo melhor. Leio as notícias do meu Vasco e o Segundo Caderno. Altas Horas, Adriana Calcanhoto. Gosto do Norte Shopping. Nunca usei drogas. Para mim tem que vender no mercado. Eu gosto mesmo do meu cachimbo. Todos os CDs que eu quiser, todos os filmes que eu quiser ter e ver, viajar bastante, um carro, um artista desconhecido de Santa Tereza na parede da minha sala e uma "Alguém". A Luíza Sarmento é linda e, os Mutantes são realmente demais. Meu melhor amigo é foda! E eu? Apenas um rapaz latino-americano...aquela velha história, né?!