quinta-feira, 11 de junho de 2009

Do Orelhão


Seu Romão, preso político, velho sonhador e ranzinza estava escutando um disco do Lupicínio deitado no sofá. A preguiça o estava dominando naquele momento tênue entre um sono e um gostoso som de pássaros. Na varanda o coleiro cantava alto. O mundo andava devagar.
Ana Rosa desembarcava na Grande Curitiba, com uma mala espalhafatosa e os dedos gélidos. Implorou, radiante, por um pouco mais de calor no sangue já em cubos cristalinos de gelo.
Foi até o orelhão e discou o número da casa do pai, esperando um pouco daquela paz que a fez voltar à cidade modelo.
Explodiu na sala do seu Romão o “trim” do telefone antigo. Ele, com uma caneca de leite quente nas mãos atendeu com vontade de desatender imediatamente. Ela, Ana Rosa, foi falando primeiro para não perder tempo

- Pai!

Seu Romão, também para não perder tempo disparou:

- Não tenho filha com essa voz de puta paulistana!

Ela, confusa, foi conferir na agendinha de papel o número da casa de seu velho pai.

5 comentários:

Jonathan Bassut disse...

Não entendi :P

Leka disse...

pais...

Guilherme Ribeiro disse...

pqp hahahahaha eu ri cara!

G. Alvaro disse...

Interessante... tem cheiro de estradas... bom trabalho!

Live disse...

Eu ri tb, rs.