segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Chaveiro-canivete e a rainha do... terninho


Na Presidente Vargas lotada caminhava uma garota carioca. Terninho que era uniforme da Embratel. Falante ao celular novinho que havia comprado com o ultimo salário. Um luxo, tira foto e o caramba. Passa um moleque correndo, leva o móvel, ela nem vê. Fica lá com uma das mãos ainda perto da orelha, nem sabe direito o que aconteceu. Chora, pede ao guarda que veste cáqui alguma providencia, mas nada pode ser feito. Esses catiços treinam na areia da praia. No asfalto, aí é que eles só faltam voar. Puta da vida, foi na Central. Achou um beco vendendo bagulho em plena luz do dia.
- Me dá um de dez pra fazer efeito rápido.
Mandou pra dentro do nariz uma mistura danada. Olhou pra esquerda e viu o moleque prestes a trocar o celular com um outro vagabundo. Foi decidida a negociar com o infeliz.
- Quer fazer uma troca justa por ele?
- Pode ser – Falou o xincheiro.
- Me devolve essa porra, que eu te pago um almoço e ainda te faço um boquete. Tudo por minha conta.
- Quero não dona, pode levar – Disse de olhos esbulhados o safado.
Ela deu de mão no telefone e levou embora, deixando cinco merréis pra ele. Ele, lembrou humilhado que já haviam feito essa mesma oferta. Assim ele perdeu o pinto. Nas mãos de uma desvairada que possuía um tal de chaveiro canivete. A tal havia comprado no trem.

6 comentários:

Helena. disse...

Deu azar, por assim dizer, hoje em dia é o isqueiro-lanterna que faz a cabeça do povo do trem ;D

matheus disse...

primeiro conto seu que eu gostei bastante.

Clau disse...

Porra, sem pinto??? rsrsrs.

L. Laíra disse...

Você continua escrevendo muitíssimo bem, Guilherme!
Parabéns!!
Incrível o desfecho do conto.
=)

Live disse...

Hahahaha. Sorte a dela não?

Yuri disse...

HAHAHAHAHHAHAHHAHAHA

Muito bom!

(o comentároi foi pobre, mas eu ri pra cacete)