sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Por um pouco de felicidade


Era um domingo de sol. Portas e janelas abertas nas casas da rua, churrasco na calçada e uma pelada organizada pelos moleques. Acordou ás duas da tarde o Eugenio, lá com uns 43 anos e parecendo ter menos. Gostava de dormir sob a sensação térmica do frio provocada pelo condicionador de ar. A bagunça provocada pela festa do dia anterior o deixava cansado e dava mais vontade de voltar pro quarto refrigerado e confortável.
Indo em direção a geladeira, resmungou numa linguagem quase inteligível um palavrão, posteriormente entornando em grandes goles dois copos d'água. Sentou-se vagarosamente no sofá da sala com uma xícara de café na mão, de frente para a TV desligada. Fitando sua própria imagem na tela, sentiu-se vazio sem o tanto de gente que permaneceu na festa até quse o dia raiar. Lembrou-se quase que no mesmo instante, da carteira desaparecida que ainda não havia achado. Pensou no que ele ficaria aborrecido de perder além dos documentos: uma medalhinha de Nossa Senhora da Graça, fotos das filhas e um samba que havia rabiscado uma semana antes no boteco com o amigo. Notou porém, que ele era o único em casa. A mulher devia estar no mercado. Tentou falar alguma coisa consigo, mas quase imediatamente mudou de idéia. Levantou-se do sofá rumando para a cozinha. Abriu a geladeira em busca de cerveja, mas não tinha. Meteu a mão por cima do armário procurando o maço de cigarros, que lá estava, mas vazio. Reparou então, que a casa estava demasiadamente escura e que os pães que estavam na cesta, estavam bolorentos e duros. Confuso, tentou sorrir mas não conseguiu. Irritado, tentou raciocinar e nada evoluiu. Então voltou-se para o quarto, inquieto e impaciente. Sem ter exito em qualquer feito, decidiu dormir e sonhar com algo feliz. O sono não veio e por consequência, não trouxe os desejos. Fechou a cara, limpou a mente e decidiu se bastar, mas agoniado levantou-se e se pôs a andar feito louco para lá e cá.
Não demourou escutou ruídos de motor de carro velho. Olhou pela janela do quartou e viu que era a kombi velha da entrega do supermercado. Escutou as risadas das filhas e uma advertência da mulher para com as crianças. Deitou-se e voltou a dormiu para sonhar. As crianças foram correr atrás do cachorro. Lembrou antes de conseguir cochilar onde colocara a carteira. Sonhou vendo-se andando sem rumo.

6 comentários:

Juliana Drumond disse...

Que lindoooooooooo, ai acho que você podia fazer uma inspirado no meu carnegão..kkkkkkkkk
tô zuando.
Mas gostei, té q tu escreve direitinho cabeção!

leleo disse...

Esse cara lembra meu Tio Jonílson.
abração.

CArina CAmila disse...

Simplesmente adoroooo textos descritivos..
Sabe a cena exata na cabeça da gente?

Muito legal!
=]

Beijos!


Ahh sim, te vi num blog desses da vida..rs
Espero que não se importe.

matheus disse...

finalmente um conto bom.

Live disse...

=D

Sempre com contos q n parecem contos d tão reais. Rsrsrsrs =P

Eu gosto!

Guilherme Ribeiro disse...

hahahaha
Matheus escroto! rss
Muito bom conto, realíssimo, simples e aberto a diversas interpretações...