segunda-feira, 25 de junho de 2007

Nossa Malandragem


Outro dia eu conversava com uma tia minha, tia Rosana, sobre o caos que se estabelece no Rio. Conversa vai e vem, ela faz comentário sobre os macetes de ladrões e assaltantes no centro da cidade. A maioria dos integrantes da minha família, fixa residência em Nova Iguaçu(inclusive eu!). Por sinal, nem bairro bem tranquilo. Principalmente depois que se estabeleceu uma "semi-milícia" protegendo o comércio(que são biroscas, o que tem em maior quantidade nesse lugarejo), o lugar a noite parece ser fantasma. Porém, a grande maioria dos que integram a minha estirpe, sempre trabalharam no centro da cidade do Rio de Janeiro- que o pessoal daqui chama de "centro do Rio. E nós, que somos de cariocas de nascimento e alma chamamos simplesmente de centro da cidade.

Rebobinando a fita do meu texto, minha tia me disse ter alguns macetes para andar no centro da cidade correndo o menor risco possível de ser assaltado, furtado ou roubado. Altamente observadora, tia Rosana tem na sua malícia uma companheira de longa data. Mesmo assim, duvidei de alguns desses macetes descritos pela minha tia, que sustentava um ar policial ao falar sobre o assunto. Duvidei inicialmente, mas depois, sem perceber, comecei a reparar tudo numa neorose absurda. Como um detector de bandidos, encarava as pessoas com uma estampa facial de quem sabe o que elas faziam ou planejavam fazer. Hora? Eu nunca tinha como informar. Completar passagem para moradores carentes e de bairros distantes? Nunca! Como posso tirar dinheiro no meio da rua? E se ele fosse um golpista? Não mesmo! O fato é que esse fato me chocou como ser humano. É terrível saber que tenho que usar dessas artimanhas para viver na minha cidade. "Não atender o celular na rua, não tirar dinheiro do bolso, carteira, bolsa etc., em lugares onde há probabilidade de te levarem tudo, na marra ou sem que você veja"... Uma séria de recomendações que violentam o conceito de liberdade.

Um dia, surtei! Sem me importar com mais nada, atendi o celular na rua, comprei chocolate no camelô, dei dinheiro ao gurizinho pobre, ouvi música numa loja, andei distraído... tirei fotos de prédios... ah, fui assaltado! No dia seguinte, entendi que essa nossa malandragem, apesar de ferir-nos mais e mais com essa prisão mental, esse terror psicológico, é muito necessário para nossa sobrevivência. Infelizmente, voltei a investigar no olhar os cidadãos cariocas.


sábado, 23 de junho de 2007

Estorieta


Saiu! Finalmente eu decidi o que fazer com esse amontoado de folhas de caderno que inundavam o pequeno espaço do meu quarto. Tudo papel velho, mas de grande valor, não só sentimental, mas também ideológico para mim, que os escrevi. Saíram! De mim, brotaram como flores. Estórias nem sempre vividas por mim, nem sempre vividas, mas observadas de uma maneira particular. O que não quer dizer que eu não possa ou não queira dividir com ninguém. Ao contrário, dividir estórias é uma das graças da vida. Contar e ouvir. Escrever e ler. Estórias são um dos motivos da sobrevivência da humanidade. E, se algum dia, as baratas tiverem que contar a nossa estória, ainda serão estórias (nesse caso algo de muito ruim aconteceu, e outro ser já subiu ao topo da cadei alimentar). Estórias boas ou ruins, são meros detalhes. O importante mesmo é a diversão que a estória nos proporciona seja no "muito boa essa" ou seja no hilariante "puta-que-pariu, essa foi terrível".
saírão! As estórias são um pedacinho de nós. Quando elas acontecem, lidas/escritas e/ou contadas /ouvidas, me torno um personagem. Um aquilo, um deles, uma delas... Pródigo das palavras saltitantes que saem de mim. Teclado, caneta, caderno, monitor, ouvido, leitor. eu e vós.
As estórias se têm vida própria. Flutuam entre conversas e se estabelecem facilmente em qualquer habitat. Seja ele somente áudio ou somente visual. As estórias se fazem e se desfazem como a vida. Há também estórias de mistério. E se a vida é um mistério, é uma estória. As estórias têm lá seus encantos. E têm vida.

Eu de mim...


Sempre morei na baixada. Mas meu sonho é morar na Zona Sul. Não pela riqueza material do lugar e sim natural e urbana. Faço Licenciatura em História na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mas posteriormente tenho vontade de fazer Comunicação Social. Gosto de fotografia também. Nunca trabalhei, mas estou à procura. Quero dar aulas para o ensino superior e cursinhos, além de ter uma banda e uma pequena revista. Los Hermanos (que não pode acabar!), Radiohead, Pearl Jam, Caetano. Adoro ler e escrever o que ninguém entende. Adoro entender do meu jeito. Simpsons, mas também As Meninas Superpoderosas, X-Men e A Liga da Justiça. O Homem-Aranha. Detesto carteira, levo o dinheiro no plástico da identidade e o celular no bolso. Gosto mesmo é de mochila. Jack Nicholson e Fernanda Torres. Queria um casal de filhos. Lembro de jogar bafo na almofada com meu avô, que tentava ver Bóris Casoy. Estou lendo "O Amor nos tempos de cólera" (acabei!) , de García Márquez. O Albergue Espanhol. Quero morar em Nova Iorque também. Não sei nem o porquê. Amo o Rio de Janeiro e quero vê-lo melhor. Leio as notícias do meu Vasco e o Segundo Caderno. Altas Horas, Adriana Calcanhoto. Gosto do Norte Shopping. Nunca usei drogas. Para mim tem que vender no mercado. Eu gosto mesmo do meu cachimbo. Todos os CDs que eu quiser, todos os filmes que eu quiser ter e ver, viajar bastante, um carro, um artista desconhecido de Santa Tereza na parede da minha sala e uma "Alguém". A Luíza Sarmento é linda e, os Mutantes são realmente demais. Meu melhor amigo é foda! E eu? Apenas um rapaz latino-americano...aquela velha história, né?!